sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

À luz do dia , olhas me de verde alaranjado

Estavam húmidos!

Percorri a minha mão tremelitante sobre a tua face, tocando te em pontos consecutivos. Pele húmida e salgada que me atormentava, e me obrigava a acariciar como que se tivesse receio que secasse. Passava os dedos pelos teus lábios, e estes secos, gretados e sem cor, pediam a sua companhia habitual. A verdade é que nem esta estava apta para os humedecer depois de tanta secura, e excreção desnecessária. Aproximo-me e sentes o vento da minha aproximação, o odor do meu corpo, e o hálito quente, que comunicava com o teu. O frio que nos rodeava enfraquecia-te e tornava-te rígido, e a mim , nervosa com medo que te partisses. Eras tao frágil! Procurava consolar-te e compensar-te por todo o mal. Queria proteger-te e fortalecer-te para que me conseguisses proteger minutos depois.

Ambos, frágeis, adormecemos…

Engraçado como é crucial o ambiente pesado , para darmos valor à leveza do amor!

E foi assim que a menina tartaruga se apaixonou pelo peixe dourado.