quarta-feira, 21 de abril de 2010

Saudade


Sinto falta do dia em que apareceste e permaneceste perto de mim. Sensação estranha e arrepiante que me abria os poros,e penetrando dentro de mim todos os miasmas malignos, me fazias sorrir.

O odor do teu carinho envenenou-me, provocando-me este mal estar inevitável e que hoje me livro. Contrariamente ao que andava à procura, encontrei-te. Não fazia questão.

Eras um pequeno pássaro que me cantava aos ouvidos, e me fazia suspirar pelo dia de Verão que tanto admiravas, e eu, que tão diferente de ti, pedia sombra. Contradigo-me ? Eu sei! Foi assim desde o primeiro segundo.

A minha mão tocava na tua pele macia, e expelia dor constrastante à sensação de paz que me provocavas.

Vais-me fazer recordar dias de Primavera laranja esverdeados! Como não acabam… também não se esquecem. Tal como tu!


Saudade é apenas aquilo que fica. Aliás aquilo que sobra.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Abandonaste a historia que um dia eu escrevi


Tornas cada palavra um borrão sem significado e sem sotaque possível. Expressão desalmada que me acalmava durante a noite, e me acariciava até adormecer. Foste embora e deixaste-me só. No andar de cima, não te ouço; na janela não te vejo, e até a passear , não te encontro. Evaporaste?


Sai dessa bola insuflável que te protege e só a mim me magoa. Aparece e acena-me como se não me visses desde a última vez! Parece que me repito, mas apenas demonstro a dor que se repete e que então permanece.
Beleza discreta com pormeno
res acentuados.