quarta-feira, 27 de maio de 2009

A rua sem fim...

Passava numa rua estreita longe de tudo e todos. Esperava ter silencio e aquela agradável e desejável solidão. Mas não! Nesse dia, todos se lembraram de viver o mesmo que eu ansiava viver- a terrível, mas por momentos, tão necessária solidão. Fugi para longe , para não vos ver. Queria estar perto de mim, viver comigo, e falar comigo( as vezes é preciso viver connosco mesmos, para conseguirmos lidar connosco, e perceber o que vai dentro da nossa cabeça). Nessa noite, todos teimaram em seguir-me… não tinham a noção disso, mas faziam-no… A própria solidão esbarrou contra mim, e cumprimentou-me… como detestei ouvir aquele “olá”. Parecia que faziam de propósito… Será que não viam que eu teria de estar sozinha? Era tarde, e até mesmo as pombas teimavam em prosseguir o mesmo caminho que eu… (aquela rua, para além de estreita, tinha apenas uma única saída)… Anseio o momento em que terei oportunidade para viver unicamente comigo. Quero explicar-me o meu ponto de vista, e o que acho que possa andar a fazer de errado.

Agora que reflicto sobre isto , penso se toda esta “presença” não serviu para me explicar que a verdadeira vida, não é “um só”, mas sim ,aquela que é partilhada com este, aquele ou o outro.A presença dos meus amigos têm sido o meu maior bem, e eu tenho muito orgulho em vive-los.

Sinto me cansada, perdida…

2 comentários:

  1. Estar só não é o mesmo que estar sozinho. Podemos estar rodeados de gente e sentirmo-nos sós; Podemos estar sozinhos e sentirmo-nos acompanhados.
    De um momento só para nós, de estar sozinhos, todos precisamos... da solidão, nem por isso.
    Talvez essa "presença", como lhe chamas, tenha tentado mostrar-te isso mesmo: Ainda que sozinhos, sentimos a sombra daqueles que gostam de nós, que sabemos que estão sempre lá.
    Na solidão, é pior... sabemos esses não existem.

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  2. Encontrar ou ate mesmo desejar por breves momentos a solidão no nosso caminho não é um acto de cobardia face aos obstáculos que a vida nos proporciona, mas sim a necessidade de nos podermos aceitar enquanto pessoas e sobreviventes neste mundo. Percebermos quem somos e o porque da concretização de determinadas opções em dadas situações é essencial para o nosso preenchimento interior.
    Seremos complexos ao ponto de rejeitar uma mão amiga? Não...na verdade assim como a menor das pedrinhas quando atirada num lago, se propaga causando algum impacto, pequenas coisas podem fazer a diferença...Pedacinhos...pedacinhos de sentimentos, de experiências, de carinho...pedaços porque não poderia ser tudo....um pouquinho de cada um de nós. Pedaços que nem nós mesmos por vezes ousamos pensar.....





    "E é isto"....



    beijo pah....olha que tudo começa num beijo....

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