sábado, 30 de maio de 2009

Escuro ...

Sentada no escuro, vejo-te!
Não consigo distinguir o meu próprio corpo no meio de tanto nada, em que me encontro. Podia acender uma vela, e ter um pouco a noção de onde estou, mas não… apaixonei-me por esta escuridão acompanhada pelo barulho do transito, umas gargalhadas alheias, ou até mesmo o som das cordas de uma guitarra. Assim adormeço, e na manha seguinte acordo com a mesma escuridão com que me tinha deitado. Apesar de o sol já se ter posto, a sua luz, teima em fugir, não entrando para o meu quarto. Habituei-me e agora vivo bem com isso… quem sabe se essa escuridão não é propositada , e tudo isto serve para poder ver/imaginar aquilo que na realidade não vejo? Quem sabe se não é uma forma de dar maior importância aos ruídos que me rodeiam…estes pequenos barulhos vindos de fora, fazem me acreditar que o dia de amanha será melhor, e quem sabe… mais luminoso.

São estes pequenos nadas, que nos fazem crescer e ver o mundo de outra forma. O amanha vai ser diferente e se não for, é porque não é a altura certa. Afinal, já me habituei a nada surgir na altura mais correcta. As coisas acontecem quando têm que acontecer, e nada é mais complicado do que aquilo que normalmente já tendemos em complicar.

1 comentário:

  1. A escuridão é a melhor forma de indentificarmos um ponto de luz, por mais pequeno que seja.
    Devemos permanecer nela até que ele apareça. Acender uma vela, seria batota. Seria colocar a luz no momento errado. Seria tirar um pouco do prazer à vida.
    Na escuridão podemos apreciar cada suspiro, cada sussurro... podemos entregar-nos aos nossos pensamentos, para que na manhã em que o sol nascer radiante, possamos, aí sim, apreciar um sorriso. Talvez esboçar um também. E desfrutar em pleno o sol que agora nos acompanha, sempre na incerteza de quando a luz se apagará de novo.

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