terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Uma palheta à porta de casa...

Pego num fino e brilhante fio, e entrelaço-me nele. O meu pulso coberto por 2 voltas de fio,faz-me sorrir.

Puxo aos poucos, e dói! Dói muito!( Que sensação boa). Puxo, puxo mais um pouco.

A carne entranhada , e presa por este fio, grita “liberta-me”, e eu? Eu grito… “prende-me! Prende-me a ti”.

Para que queremos liberdade, se a sensação de estar do lado de alguém é tão melhor… Sempre nos habituámos à liberdade, e foi por isso, que partiste e nem dei conta. Hoje notei! Notei mesmo! Tinhas partido!

Comentei com um familiar teu, e perguntei o porque de uma partida tão repentina… “Repentina? porquê agora? Ele já partiu há tanto…”- referiu ele.

E foi assim…

Sempre tivemos tanta liberdade, que partiste e não dei pela tua ausência. Já não estavas do meu lado há muito, e só hoje notei a falta de calor que expelias, e que me aquecia numa noite de Inverno.

Porquê?- pergunto eu

Apertei mais um pouco!

A mão roxa, com défice de sangue a chegar-lhe às extremidades, fez-me sonhar! Sonhar com o dia em que te conheci. Esta dor forte que sinto, comparada à sentida,desde o dia em que partiste( ou melhor, o dia em notei a tua partida) ,tornou-se nula. ( Nada é tão duro).

Adorava quando beijavas a minha testa, como um beijo de Boa noite e adormecia ouvindo os teus passos e respiração, ao som de alguns acordes.

Ausência… Ausência tua…

Por que só notei hoje?

Porque encontrei uma palheta à porta de casa…

(Era amarela como a tua)… mas agora… vermelha, do sangue derramado pelo meu pulso, guardo-a debaixo da almofada , onde pouso a cabeça, e com um sorriso de dor, entranhado em felicidade (de cada lembrança) , adormeço.

2 comentários:

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  2. oh André Morais.. ao menos , para a proxima,não ponhas em anónimo. um comentario tão lindo!Ba

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