terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Amarelas, suaves, regulares e perfeitas



Eram assim as pétalas que viajavam de forma solitária, sob a água límpida do rio, que viajava a velocidade constante, em redor da minha casa de verão.

Percorriam todo o trajecto sem mirar o pouco que sobrava da natureza, que as integrava. Parecia ter pressa e com destino mais do que traçado.

Corria, corria, e mesmo chocando contra a superfície rugosa da maioria das pedras, ganhava força e prosseguia caminho. (Lei da vida! Ao principio dói, dói muito! Mas depois… torna-se uma pancada suave, ao de leve, que apenas serve para libertar algumas poeiras) .Deitem-me abaixo, e façam-me rebolar na terra quente deste chão, arranhando-me a face, em cada volta dada, pois eu…eu Ganharei força.

Por vezes suave, mas por outras, voraz. O seu destino mais do que aliciante,fazia-me perder cerca de uma hora por dia, olhando-o, como uma criança,que observa um gelado por detrás daquela vitrina, manchada de dedadas. Ao contrario delas, não me salivo, mas uma coisa é certa, quando dou por mim, estou a falar sozinha, enquanto admiro o azul daquela paisagem.

Olhava-o tão atentamente, que apesar de se tratar de simples água ténue, observava-o como se, se tratasse de algo inconstante e diferente à medida que passava. Não ! Ele era igual em todo ele.Limpido, brilhante, arrastando pétalas amarelas, que o tornavam diferente de todos os outros. Reflectia aquela casa amarela, rodeada de jardim verde e fértil, que um dia sonhamos encontrar,e partilhar.

Hoje foi diferente… Olhava-o , e via alguém!

Via-te a ti!

Como uma vez alguém me disse… vou olhar-te sempre! Não! Mais do que isso. Porque sempre é muito, mas eu quero mais do que isso.

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