quinta-feira, 2 de julho de 2009

O amor não atrofia!

As nossas famílias continuam a ser contra este amor!


Será que não entendem que apesar de ser entre classes diferentes, continua igual a todos os outro? Bonito, irreal e honesto. Para eles, não passa de um amor que pode ser escondido por de trás das roupas, e que tal como os nossos ossos e músculos, com o tempo iria atrofiar. Atrofiadas são as mentes destas pessoas, que se julgam modernas, mas pouco sabem da vida. O amor é algo único e existe em todo o lado. Pode ser vivido em diferentes formas, e ter “características” diferentes… mas amor… amor… todos sabemos o que é. É um só! Algo único. Se pode ser vivido de diferentes formas, porque terá de ser vivido por pessoas de igual classe ou idade? Pergunta básica, a que não obtenho resposta (aceito sugestões).

Hoje vou-me encontrar com ele (mais uma vez às escondidas). Tenho 24 anos e Já não sou uma criança, mas sei que os meus pais eram capazes de tomar medidas extremas, pondo em causa a vida dele.

Era a sexta vez que abordávamos este assunto. No inicio parecia-me uma atitude tresloucada que não nos levaria lado algum. Não sei se foi de tanto falarmos e debatermos todos os pormenores, que acabei por me habituar à ideia, e hoje, quase que já a aceito.

Atitude bastante pensada, transparecendo pouca reflexão, mas não! Caso não tenham entendido, a solução seria , morrermos juntos.

Queria acabar com esta situação. Não aguentava mais ! Vivia um desespero absoluto ,e os meus únicos momentos de sossego e paz, seria na companhia do meu amado. Paz e sossego que seriam “abafados” pela preocupação de uma repentina chegada inesperada dos meus pais.

Temia-os! Quem sabe se esta não seria a melhor solução. Hoje teria de chegar a um veredicto.

Sim! É o melhor!

A noite passou a correr, e tudo isso porque reflecti tanto, que acabei por não chegar a fechar os olhos( Tinha medo da escuridão)… Não queria dormir! Tinha medo que assim que acordasse, esta coragem tivesse fugido com algum sonho, e hoje, teria desistido .

Eram 11 horas e encontramo-nos! Estávamos num dos locais mais bonitos que um dia teríamos descoberto. Teríamos lá passado bons momentos, e queríamos que fosse ali que tudo começasse. Sim, começasse! O nosso amor não acabaria ali! A partir de hoje, o nosso amor teria liberdade. Não teria horas a cumprir, nem qualquer outro limite.

Chegou a hora… Voltamos a fazer a pergunta “ tens a certeza?”… confirmamos, e beijamo-nos. Unimos as mãos, e sorrimos um para o outro! Estávamos nervosos, mas há muito que não nos sentíamos tão felizes como naquele instante (pum-pum… pum-pum…pum-pum…)

3, 2 , 1 … SILENCIO…

Pum- pum… Pum-pum… pum…

3 dias depois…

Sobrevivi! O Miguel morreu.

Hoje, agarrada a esta cadeira de rodas, lamento-me! Lamento-me de não ter morrido junto a ele. Mas porquê?Que destino é este que me leva à infelicidade?

Os meus pais venceram. Têm-me a mim! Mas eu não o tenho a ele…

Esta relação não teve fim… mas o meu amor também não!

Amo-te muito meu amor!

Assim que puder, juntar-me-ei a ti! Nunca irei desistir deste amor!

1 comentário:

  1. Que vida é esta em que o amor não pode existir como nós o pensámos?
    Passamos anos a sonhar com "aquele" amor... aquele pelo qual deixaríamos tudo para trás. Finalmente tê-mo-lo e não podemos ser felizes. Algo nos impede constantemente de atingirmos o auge da nossa felicidade. Arriscamos, convencidos de que isso irá mudar. Descobrimos que tudo continua igual, à excepção do amor, que passou a ser diferente e uma das peças desapareceu da nossa vida.
    Uma existência estranha e algo injusta, esta a que somos obrigados.

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