domingo, 28 de junho de 2009

Ali estáva ele (2º Parte)

Eram 17 horas quando voltei aquele jardim, onde inclinada sobre um arbusto da 3º arvore a contar da direita, conseguia observar aquela janela. A janela que me levava a outro mundo- Ao mundo das “obrigações”. Quando falo de obrigação não falo em deveres, mas sim do simples facto de alguém ser obrigado a algo.
Hoje foi diferente! Hoje viu-o com companhia, e quando falo em companhia, não me refiro aquela terrível máquina, que para desgosto daquele homem, permanecera sempre ligada (É bom salientar que aquela máquina apenas o ajudava, não estando portanto a sua vida dependente daquele Pi, pi , pi, pi ) , mas sim uma jovem que rondava os 30 anos.
De cabelos negros, e um pouco ondulados, fazia-lhe pequenas carícias. Apesar da distância a que me encontrava, percebia que tal como o suposto pai, esta, também se encontrava infeliz. De lágrima no canto do olho, beijava-o como que se o tempo que lhe restara fosse pouco, e teria de aproveitar todos os instantes possíveis para lhe demonstrar o quanto o amava.
Após este momento de grande intimidade familiar, decidi ir a um café a uns metros de distância, a fim de encontrar uma resposta a tudo o que estaria a acontecer ao meu redor, e que infelizmente não teria acesso. Após uma hora e quarenta minutos de conversa com a dona daquele estabelecimento, consegui perceber um pouco desta triste história. O senhor António tivera uma acidente enquanto jovem, tendo sido atropelado por um homem que pouco sóbrio ou não, não tivera qualquer atenção à velocidade. Sofrera um grande acidente!

1 comentário:

  1. Ver alguém que amamos nesta situação ou noutra semelhante, causa-nos um sofrimento tão grande como o da pessoa em questão. Um sofrimento diferente, mas igualmente forte.
    Estar privado de quase tudo, estar dependente de outros para fazer as coisas mais banais, não sei se se poderá chamar viver... talvez sobreviver... dia após dia, sempre na incerteza de qual será o último. Uma incerteza sentida por ele, mas mais temida pelos que o rodeiam. Quase que consigo ler os seus pensamentos: "Não tenham medo..."

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